Em 1910 foi instituido o dia 8 de março como dia internacional da mulher. Nessa época, com toda a certeza, a mulher ainda era vista como alguém subalterno, que, na melhor das hipóteses devia explicações e obediência aos homens. Conheço mais de uma versão sobre o significado do 8 de março: uma conta a história das mulheres queimadas durante um protesto na fábrica nos EUA e outra diz que o dia já era uma data reconhecida junto às trabalhadoras russas. Afora as divergêncais sobre o 8 de março, definitivamente as mulheres merecem o reconhecimento de sua importância na construção da história da humanidade, e em comemoração a esse dia conto aqui trechos da história de Miriam Makeba.
Zenzile Miriam Makeba nasceu em 4 de março de 1932, em Joanesburgo - África do Sul. Cantora sul-africana, misturava em sua música ritmos tradicionais africanos com o blues americano. Ativista contra o apartheid, mudou-se para a Europa nos anos 60 e posteriormente para os EUA. Em 1966 ganhou o Prêmio Grammy, juntamente com Harry Belafonte (cantor e ator norte-americano, ativista pelos direitos civis nos EUA). Em 1963, foi considera apátrida pelo governo do apartheid. Seu discos foram banidos do país e perdeu sua nacionalidade e o direito de regressar à África do Sul. Mudou-se com o marido Stokely Carmichael (participante do movimento Panteras Negras) para a Guiné, onde em 1980 chegou a servir como delegada da ONU. Em 1985 perdeu sua única filha e mudou-se para a Bélgica, de onde saiu em 1990 para regressar à África do Sul, agora à pedido do Presidente Nelson Mandela. Morreu em 10 de novembro de 2008.
Makeba é apenas uma parte das histórias de coragem e de luta das mulheres contra o apartheid. Perdeu seu país, tornou-se apátrida, mas provavelmente não sofreu tanto quanto outras que morreram nas mãos do regime sul-africano.
No entanto, sua música levou o grito das mulheres caladas pelo apartheid a várias partes do mundo. Foi uma artista sensacional, cantando a alma da África. Por isso, nessa data, muito mais do que sofrimento quero lembrar das maravilhas culturais da África.
Canção Hino da Frelimo
Nkosi sikelel' iAfrika, hino do Concresso Africano, com Paul Simon e Ladysmith Black Mambazo
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